Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
( BANDEIRA, Manuel. In: Seleta em prosa e em verso. Rio de Janeiro:J. Olympio/ Mec, 1971. p. 145)
foto retirada do site: http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/2008/11/25/o-bicho-de-manuel-bandeira/ |
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